Arrisque-se por uma vida que vale a pena viver!
Rm 14.8: Pois, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, quer vivamos quer morramos, somos do Senhor.
Estamos iniciando um novo ano e queria te desafiar com uma pergunta: Pelo que vale a pena viver e morrer?
Pode parecer uma pergunta ousada e, até certo ponto, atrevida da minha parte, mas peço sua atenção a ela. Já percebeu como temos uma tendência a repetir sempre as mesmas coisas? Nos acostumamos tanto com nossas rotinas, nossa forma de fazer as coisas, o jeito “mais seguro de viver”, que paramos de pensar em como e porquê fazemos o que fazemos. Entramos no “piloto-automático” e passamos a repetir padrões. Acordamos todos os dias no mesmo horário, vamos da mesma forma para o trabalho, fazemos as mesmas coisas todos os dias, voltamos cansados no final do dia, tentamos dar alguma atenção à família, dormimos e, amanhã, tudo novamente. O final-de-semana chega e só alteramos a rotina. No sábado, temos que resolver o que não deu tempo durante a semana, fazer compras, levar o carro no mecânico, dar banho no cachorro… e o dia passa voando. No domingo, a agenda está lotada. Vamos para a igreja e nos envolvemos em tantas atividades que, quando percebemos, a música do Fantástico nos lembra que é quase segunda-feira novamente. É um looping infinito que parece não mudar nunca e que se estende por semanas, meses, anos…. Não é sem razão que o ano mal inicia e já estamos, novamente, ouvindo “Já é Natal na Leader…”, nos dando conta de que mais um ano se passou.
Você também tem essa sensação ou é só comigo? Isso também te angustia? Parece que estamos jogando a nossa vida fora e que um dia acordaremos sem tempo de fazer o que deveríamos e gostaríamos de ter feito?
Essa sensação tem levado tantas pessoas a uma busca incessante que, muitas vezes, descamba em uma tentativa insana de preencher essa necessidade de sentido e propósito em prazeres vazios, como o dinheiro, a busca pelo sucesso, no sexo, na bebida ou nas drogas. O pior é que esses caminhos acabam conduzindo essas pessoas a mais desilusões, o que aumenta ainda mais essa sensação de vida vazia.
Paulo escreve para a igreja de Roma e os mostra que o sentido da vida é viver para o Senhor. Não há propósito em viver ou morrer se não for em fazê-los para o Senhor! Pense um pouco sobre isso. O que estou dizendo é que você pode viver uma vida que vale a pena ser vivida e que, quando a morte chegar, valerá a pena morrer também! Essa angústia por significado pode ser arrancada do seu coração se você passar a olhar para a vida sob uma ótica diferente da que nos acostumamos a olhar.
Entenda. Não sou contra rotinas e muito menos um opositor a termos compromissos que nos impõe uma agenda. O que estou tentando te mostrar é que isso não tem valor em si mesmo. Que só há valor na rotina e na agenda se elas servirem a um propósito maior. Acredito que ninguém, no dia da sua morte, ficará satisfeito em olhar para trás e dirá: “Vivi bem. Cumpri com todos os compromissos da minha agenda e segui todas as rotinas que eu ou outras pessoas impuseram a mim.” Ninguém ganha um prêmio por fazer as coisas simplesmente por fazer e repetir tudo igual todos os dias. Deve haver um propósito maior pelo qual valha a pena sair da cama de manhã!
Eu sei também que essa tendência de repetir padrões é algo que fazemos instintivamente para evitar erros e fracassos. Sem pensar a respeito, passamos a fazer as coisas como todo mundo faz porque assim somos aceitos e minimizamos os riscos de insucesso. Mas, ninguém (repito, NINGUÉM!!!) marcou a história fazendo o que todo mundo fazia, da mesma forma que todo mundo já tinha feito.
Olhe para a história da Igreja e você verá que tenho razão! Os apóstolos se diferenciaram de tantos judeus da sua época porque seguiram em um caminho diferente do “roteiro padrão” e dedicaram sua vida a um homem desconhecido, mas que os atraiu de forma quase magnética! Paulo entrou para a história justamente porque dedicou sua vida para pregar entre os gentios, onde ninguém estava indo até então. Justino, Policarpo, Irineu e outros mártires do período patrístico tem seu nome lembrado séculos depois porque ousaram desafiar a religião estabelecida e o império romano ao obedecer de forma radical as palavras de Jesus. Patrício, um jovem de 16 anos que viveu na Idade Média, evangelizou toda a região onde hoje é a Irlanda, mesmo arriscando sua vida contra os sacerdotes druidas e sem apoio nenhum, simplesmente porque resolveu seguir um sonho que ardia no seu coração. Os reformadores são celebrados até hoje, mais de 500 anos depois, porque não se calaram frente ao erro, mesmo que a rotina religiosa os impulsionasse a manter tudo como estava. Os puritanos são um exemplo porque não suportaram continuar cultuando em um padrão inferior ao estabelecido pelas Escrituras. Me faltará espaço para falar de David Brainerd, John e Charles Wesley, Adoniran Hudson, Calley, Jim Eliot e tantos outros que não se conformaram em seguir a mesma vida que todos em seu tempo e decidiram viver e morrer na obra missionária.
Depois de tudo isso, talvez você me pergunte: “Então, para ter uma vida com sentido, preciso abandonar tudo e me tornar um missionário ou um pregador?” E a resposta é: “Não!” O que estou te desafiando é a arriscar! Arrisque-se sendo um cristão melhor. Arrisque-se tendo uma vida mais santa e ousando dizer não ao pecado. Arrisque-se anunciando o evangelho na sua casa, na sua rua, no seu trabalho, na sua escola ou faculdade. Arrisque-se conversando sobre Jesus (ao invés de falar sobre futebol, política ou novela) na fila do banco. Arrisque-se sendo um missionário do outro lado do mundo ou do outro lado da rua, onde o Senhor te levar. Arrisque-se sendo um modelo de integridade, honestidade e correção. Arrisque-se amando seu próximo com um amor tão radical que é capaz de fazer com que as pessoas percebam seu caráter celestial. Arrisque-se a se enxergar e viver como um cidadão do céu e não deste mundo. Arrisque-se negando suas vontades e perguntando para Deus o que ele quer de você.
Lloyd-Jones disse certa vez que muitas vezes nos levantamos rápido dos joelhos porque tememos que a vontade de Deus se torne inconfundível se continuássemos em oração. Arrisque-se a perguntar a Ele o que Ele quer da sua vida!
Arrisque-se a viver uma vida que vale a pena viver!
Arrisque-se a morrer por um propósito!
Arrisque-se a viver e morrer para a Glória de Deus!