AO SAIR DE CASA, NÃO ESQUEÇA DE LEVAR O SEU ESCUDO!
Sl 28.7: “O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, e dele recebo ajuda. Meu coração exulta de alegria e com o meu cântico lhe darei graças”.
Vivemos tempos difíceis! Talvez, não tão difíceis quanto o período dos apóstolos, quando cristãos eram assassinados por sua fé, ou não tão difíceis como a situação de irmãos nossos em outros lugares do mundo, que continuam sendo assassinados por sua fé. Mas, mesmo assim, difíceis. A cada dia nos deparamos com a violência que nos cerca. Nem acabamos de tomar o nosso café da manhã e o noticiário já nos põe a pensar sobre a crueldade humana que assola tantas pessoas. Vemos novas doenças surgirem e se alastrarem ainda mais rápido do que conseguimos sair de casa para não perder a hora do trabalho. Descobrimos, em um clique em um site de notícias, que um evento catastrófico atingiu uma área até então com pouca importância para a mídia mundial e milhares de pessoas estão desabrigadas. Rolamos a página e vemos multidões migrando para fugir da guerra, do mais novo ditador que surgiu em um país que nem sabíamos que existia ou da recessão econômica que os deixa sem comida. Tudo isso vai embrulhando o nosso estômago, especialmente porque, com o mesmo destaque, somos informados da relevância do novo “affair” de um jogador famoso. Ainda não são 9:00 horas da manhã, mas já temos assunto para conversar no almoço… Teria sido melhor se, no noticiário da manhã, tivessem dado o seguinte aviso: “AO SAIR DE CASA, NÃO ESQUEÇA DE LEVAR O SEU ESCUDO!”
Por algum recurso psicológico, passamos a ignorar esses fatos. Nos acostumamos com eles e já não nos impactam tanto como antes faziam. Parece que estamos assistindo um filme e que, no final, o mocinho vai vencer e tudo terminará em um belo “felizes para sempre”. Mas a verdade é que, estejamos de olhos abertos ou adormecidos, não podemos negar que o mal tem se espalhado, lançado suas teias em todo lugar e aprisionado homens como suas próximas vítimas.
Em quem podemos confiar? O que podemos fazer? O salmista passa por um momento difícil e ele sabe exatamente o que fazer. Ele começa o Salmo 28 clamando àquele que pode ajudá-lo: “A ti eu clamo, Senhor, minha Rocha […] Ouve as minhas súplicas quando clamo a ti por socorro” (Sl 28.1-2). Quando passamos por momentos complicados em nossas vidas, precisamos clamar por socorro ao único que pode, de fato, nos socorrer! É inútil pedir ajuda a pessoas tão necessitadas quanto nós. É inútil recorrer a homens frágeis e incapazes como nós para que nos ajudem a nos livrar daquilo que nós mesmos não conseguimos. O salmista pôde dizer em alto e bom som: “nele o meu coração confia e dele recebo ajuda”. Essa certeza o faz olhar para o Senhor como ele realmente é e afirmar com convicção: “O Senhor é a minha FORÇA e o meu ESCUDO”!
Afirmar que Deus é a nossa FORÇA é um reconhecimento duplo. Em primeiro lugar, que Deus é Todo-Poderoso e, em seguida, que nós não somos! Parece óbvio, mas quantas vezes agimos como se fôssemos Todo-Poderosos? Agimos como se a nossa força fosse suficiente, seja ela física, emocional ou intelectual. Confiamos em nosso braço, crendo que teremos capacidade de fazer o que for preciso. Confiamos em nosso coração, afirmando que nossos sentimentos não serão abalados. Confiamos em nossos cérebros, nos imaginando mais espertos e inteligentes que as adversidades que se levantam contra nós. Reconhecer que Deus é a nossa FORÇA é olhar para Ele humildemente e dizer: “Pai, preciso de Ti”. É ter uma visão clara sobre nossas próprias limitações e nos aconchegar nos seus braços paternos e amorosos.
Igualmente, afirmar que Deus é nosso ESCUDO é, também, um reconhecimento duplo. É um reconhecimento de que haverá guerras (qual a necessidade de um escudo se não houver uma guerra?) e um reconhecimento de que Ele mesmo nos protegerá! Assim como nas batalhas antigas, o escudo é o elemento que se interpõe entre o soldado e a ameaça de morte. O escudo está à frente do soldado, recebe as flechas, as lanças, os golpes de espada e todo tipo de impacto para que o soldado seja protegido. Ao final da batalha, espera-se que o escudo esteja destruído e o soldado vivo! E isso é exatamente o que Deus fez por nós! Cristo se pôs como nosso escudo. Ele subiu naquela cruz, recebeu a ira divina, as injúrias, a humilhação, os escárnios, os açoites, os cravos, a coroa de espinhos e a morte para que nós, ao final, estivéssemos vivos! Perceba que ele não nos promete que não teremos lutas, mas nos garante que a maior de todas as lutas já foi vencida pelo seu filho na cruz! Ele é o nosso escudo! Podemos confiar o nosso coração nele!
Por isso, mesmo em meio às dificuldades e lutas da vida, o salmista pôde terminar o verso 8 dizendo, com franqueza, “Meu coração exulta de alegria e com o meu cântico lhe darei graças”. Essa confiança nos faz olhar para Cristo na certeza de que há motivos para nos alegrarmos nele. Nossa confiança não será frustrada. Nossa fé não será dissipada. Nossa força não será exaurida. E a razão é simples: Ele é o Senhor Todo-Poderoso que é a nossa FORÇA e o nosso ESCUDO!
Eu não sei exatamente pelo que você tem passado ou o que atemoriza o seu coração. Não conheço as dores que apertam seu peito ou o que tira seu sono. Mas eu sei que, confiado em Cristo Jesus, todos os seus problemas se mostrarão pequenos e passageiros. Não digo que não exista dor real, sofrimento real, tristeza real. Apenas insisto que é desesperador enfrentar a vida sem Ele e é reconfortante saber que, se Ele venceu a maior de todas as lutas, gerando vida eterna para você, Ele mesmo irá cuidar dessas coisas menores e de proporções mundanas. Haverá algo difícil para aquele que foi capaz de ressuscitar dentre os mortos e trazer libertação a todos os que creem nele? Haverá alguma batalha que ele não possa vencer? Haverá segurança maior do que se proteger atrás dele, nosso escudo? Haverá prêmio maior do que viver eternamente ao seu lado, desfrutando do seu amor, convívio e paz?
Amanhã de manhã, quando for sair de casa, tome seu café tranquilo, mas é bom se lembrar: “AO SAIR DE CASA, NÃO ESQUEÇA DE LEVAR O SEU ESCUDO!”
Que Deus nos abençoe.
Rodrigo Suhett de Souza